sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Proibidas descargas suinícolas para linhas de água

In Região de Rio Maior, 6 de Janeiro de 2012:

Tinham até ao passado mês de Dezembro para removerem as tubagens de descargas de efluentes para as linhas de água, descargas essas que foram proibidas desde o dia 13 de Julho de 2011. Assim foram notificadas, pela Administração da Região Hidrográfica do tejo (ARH) as três suiniculturas cuja poluição tem motivado queixas de moradores das freguesias de S. João da Ribeira e Ribeira de S. João.

À exploração sita em Larojo, S. João da Ribeira, a ARH apontou que "o sistema de lagunagem existente não permite o cumprimento dos valores limite de emissão impostos pela legislação actualmente em vigor, aplicável à rejeição de efluentes no meio hídrico". E mandou proceder, entre outras acções, à "reparação/ampliação dos poços de recepção dos 2 núcleos (...), uma vez que se verifica que os mesmos se encontram subdimensionados", à construção de uma rede de drenagem de águas pluviais na envolvente de cada lagoa" e à "colocação de vedação de protecção".

A suinicultura localizada em Vale da Rosa, Ribeira de S. João, deverá também proceder à "construção de rede de drenagem de águas pluviais na envolvente de cada lagoa, colocação de vedação de protecção no sistema de lagunagem e limpeza dos sólidos da 1.ª lagoa".

Por sua vez, a unidade instalada na Quinta do Capitão, Ribeira de S. João, deverá "proteger adequadamente toda a tubagem existente junto ao seprarador de sólidos e tanque de bombagem; completar a rede de drenagem das águas pluviais; limpar os taludes das lagoas e área envolvente", para além de reparar diversas tubagens de ligação entre lagoas.

Esta última suinicultura bem como a situada em Larojo foram notificadas também a apresentar, entre outros elementos, "o efectivo pecuário actual e efectivo que se pretende legalizar" e uma "estimativa dos efluentes pecuários com base no efectivo a legalizar".

"Pobreza ou mau cheiro?"

Na última sesão da Assembleia Municipal de Rio Maior, o vice-presidente da Câmara, Carlos Frazão, proferiu as seguintes declarações: "é uma longa guerra, o problema das pecuárias no concelho de Rio Maior. Eu sou suspeito, porque sou suinicultor, há 40 anos. Penso que, por muito mau cheiro que as pecuárias tenham causado no nosso concelho, trouxeram milhares ou milhões de contos. Via-se que o concelho nos anos 70, 80 e primeira metade de 90, era um concelho rico. Neste momento, devido à falência de grande parte dos suinicultores, e não só, é um concelho igual aos outros, infelizmente pobre. O que é que é preferível? É ter pobreza ou mau cheiro? O Diabo que escolha. Eu sinceramente prefiro que não haja pobreza e haja mau cheiro".