Numa tubagem que despeja para a Ribeira
de S. Gregório apareceram águas contaminadas com restos de vinho. Situação que
não é nova e que foi alvo de retificação por parte da empresa de vinhos
situada em frente à escola marinhas do sal, depois de várias queixas dos
moradores e da escola. Parece que agora voltaram a uma antiga prática de lavar
cubas de vinho e deitarem directamente para a ribeira sem passar pelo
tratamento devido.
Relembro que a Ribeira de S. Gregório
atravessa toda a cidade de Rio Maior e vai desaguar no rio Maior. Por sua vez o
rio Maior vai desaguar no rio Tejo. Quando se comete um crime ambiental num
determinado local, pode-se estar a comprometer uma área enorme.
Fica de seguida a carta de João
Correia que denunciou a ocorrência.
“CHEIRO A VINHO ESTRAGADO NA RIBEIRO DE S.GREGÓRIO – UMA VERGONHA SEM
FIM?
Carta a várias entidade:
“Hoje, dia 20 de maio, pelas 15h00, chamei a GNR e os serviços de
fiscalização da Câmara Municipal de Rio Maior, quando verifiquei que a ribeira
de S.Gregório apresentava água de cor preta, a exalar um cheiro semelhante a
vinho estragado. Estas características da água foram também observadas in loco
por outras pessoas, nomeadamente professores da mesma escola em que lecciono –
EB Marinhas do Sal -, bem como por um grupo de alunos. Posteriormente, foi
também observada por um funcionário da empresa municipal DESMOR e por outro
cidadão de que não sei o nome, mas sei onde reside.
Ao observar melhor o local, verificámos que havia um tubo de descarga
debaixo da ponte aí existente (situada atrás do estádio municipal de Rio Maior,
na Avenida Mário Soares), que deitava abundante caudal, cujo líquido formava
espuma no local da queda e apresentava as características
acima enunciadas: preto e cheiro a vinho.
Um dos dois agentes da GNR disse, pelo menos duas vezes, que não lhe
cheirava a vinho, ao contrário de muitas pessoas que por ali passavam. O mesmo
agente tirou fotos do tubo de descarga, pediu-me a identificação, e apontou uma
série de dados pessoais, e elementos factuais sobre a ocorrência, referindo que
os elementos recolhidos serviriam para o levantamento do auto da situação.
Da parte dos dois funcionários do serviço de fiscalização da Câmara
Municipal de Rio Maior, obtive o reconhecimento oral de que realmente deveria
ser de uma empresa produtora de vinho, pelas características do líquido, o qual
reconheceram cheirar mal e a vinho. Referiram-se mesmo à situação como um crime
ambiental.
Não assinei qualquer documento nem recebi qualquer comprovativo, nem da
GNR, nem das autoridades camarárias.
De seguida questionei os agentes de autoridade e os funcionários da
Câmara se não poderiam proceder a uma recolha de água da ribeira, para a
constituição da necessária prova material. Nenhum deles se prontificou, tendo
os funcionários da câmara referido que estavam a tentar contatar alguém da
câmara que o pudesse fazer, ou a ARH, sem sucesso, lamentando a
indisponibilidade das pessoas quando são precisas. Da parte dos senhores
agentes da autoridade, não obtive qualquer resposta.
Telefonei para o número 808200520, e fui informado de que a iniciativa de
proceder à recolha de água para a constituição de prova material deveria ter
partido dos agentes de autoridade que foram ao local.
Pergunta: como se faz prova da fonte de poluição sem analisar os
resíduos? Para que servem as fotos ou os testemunhos sem prova material, ali de
fácil acesso?
Seja quem for a fonte de poluição, é reincidente, pois já em 2012,
denunciei a situação no bloghttp://ecomarinhas.blogspot.pt/2012/03/as-lindas-cores-de-vinho-da-ribeira-de.html,
do qual sou editor.
Quem faz a recolha de prova nestas situações, em tempo útil, se não forem
os agentes de autoridade, neste caso GNR?
Junto anexo vídeos e fotografias obtidas pelas 16h00 deste dia.”
Espero que haja entidades neste país que possam investigar com
competência e punir os infractores neste tipo de crimes ambientais, bem como
prevenir que aconteçam.
De referir que tem sido notícia nos últimos anos a existência de um
número anormal de casos de infecções decorrentes de picadas de mosquito,
principalmente nas zonas limítrofes à ribeira. Estará correlacionado com o
despejo de resíduos como estes, aparentemente não tratados?
Quanto ao povo de Rio Maior: mexam-se!
João Correia”
Seguem fotos de uma incidência
semelhante ocorrida em 2012 relatadas em: